1. Introdução
O Plantão Psicológico é uma modalidade de atendimento emergencial que tem como objetivo oferecer acolhimento imediato a pessoas em sofrimento psíquico intenso. Diferente da psicoterapia tradicional, que busca intervenções a longo prazo, o Plantão Psicológico foca no atendimento pontual e na estabilização da crise, fornecendo suporte emocional e direcionamentos adequados para cada caso.
Em situações graves, como esquizofrenia, surtos psicóticos, transtorno de personalidade borderline, descompensação emocional e risco de suicídio, o psicólogo desempenha um papel fundamental na contenção emocional e na orientação para encaminhamentos apropriados. Esses quadros exigem uma abordagem especializada, baseada na escuta ativa, validação emocional e estratégias de regulação emocional, sempre respeitando a segurança do paciente e dos envolvidos.
O grande desafio no Plantão Psicológico é agir com rapidez e assertividade, avaliando a gravidade da situação e tomando decisões que garantam o bem-estar do indivíduo. Em alguns casos, o profissional pode oferecer suporte imediato e auxiliar o paciente a recuperar o controle emocional no momento da crise; em outros, será necessário acionar rede de apoio, familiares ou serviços de urgência, como hospitais psiquiátricos e o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
O objetivo deste artigo é apresentar estratégias eficazes para a atuação do psicólogo no Plantão Psicológico em casos críticos, fornecendo diretrizes sobre como acolher, estabilizar e encaminhar pacientes com transtornos graves. Também será discutida a importância da ética profissional, dos cuidados com a segurança do paciente e do próprio psicólogo que lida com atendimentos de alta complexidade.
Diante do aumento da demanda por atendimento psicológico emergencial, é essencial que os profissionais estejam preparados para atuar nesses contextos, garantindo um suporte qualificado e humanizado para pessoas que enfrentam crises emocionais severas. 🚑🧠
2. O Plantão Psicológico e o Atendimento de Casos Graves
O Plantão Psicológico é um modelo de atendimento voltado para o acolhimento imediato de pessoas que se encontram em sofrimento emocional intenso ou em situações de crise. Esse tipo de atendimento se diferencia da psicoterapia convencional, pois tem como foco a intervenção pontual, sem compromisso com um acompanhamento contínuo. O objetivo principal do plantão é oferecer escuta ativa, suporte emocional e estabilização da crise, ajudando o paciente a lidar com o momento difícil e, se necessário, encaminhá-lo para serviços especializados.
Diferença entre Plantão Psicológico e Psicoterapia Convencional
📌 Plantão Psicológico:
- Atendimento emergencial, pontual e sem necessidade de vínculo contínuo.
- Foco no acolhimento imediato e na estabilização da crise.
- Orientação sobre próximos passos e, quando necessário, encaminhamento para outros serviços de saúde mental.
📌 Psicoterapia Convencional:
- Processo terapêutico estruturado e contínuo, com encontros regulares.
- Exploração profunda de questões emocionais e traumas.
- Desenvolvimento de mudanças duradouras no comportamento e na forma de lidar com desafios.
Enquanto a psicoterapia visa o autoconhecimento e a transformação gradual, o Plantão Psicológico atua como um suporte emergencial, oferecendo alívio momentâneo e um direcionamento para soluções mais amplas.
O Foco no Atendimento Pontual e Emergencial para Estabilização da Crise
O objetivo central do Plantão Psicológico é ajudar o paciente a recuperar um estado mínimo de estabilidade emocional, evitando que a crise se agrave. Para isso, o psicólogo utiliza estratégias como:
✔ Escuta ativa e acolhimento sem julgamentos, para validar os sentimentos do paciente.
✔ Técnicas de regulação emocional, como respiração guiada e grounding, para reduzir sintomas de ansiedade e desorganização mental.
✔ Auxílio na reorganização do pensamento, ajudando o paciente a compreender sua situação e buscar alternativas.
✔ Encaminhamento para outros serviços, quando a crise exige suporte contínuo ou intervenção psiquiátrica.
Essa abordagem é essencial para pacientes em situações de risco, como aqueles que enfrentam surtos psicóticos, pensamentos suicidas ou descontrole emocional extremo.
Limites do Psicólogo no Plantão: Quando o Atendimento Pode ou Não Ser Realizado
Embora o Plantão Psicológico seja um recurso fundamental para acolhimento imediato, há limites para sua atuação. O psicólogo deve reconhecer quando a situação exige encaminhamento para serviços especializado e não pode ser resolvida apenas com um atendimento emergencial.
🚨 Situações em que o Plantão pode atuar:
✔ Crises de ansiedade e descompensação emocional.
✔ Momentos de sofrimento intenso, como luto, separações e conflitos interpessoais.
✔ Pacientes com transtornos psiquiátricos estabilizados, que precisam de suporte momentâneo.
✔ Ideação suicida leve a moderada, desde que o paciente não esteja em risco iminente.
🚨 Situações que exigem encaminhamento imediato:
❌ Surtos psicóticos graves, com risco de agressividade ou desorientação severa.
❌ Tentativa de suicídio em andamento ou plano concreto de suicídio.
❌ Pacientes em uso abusivo de substâncias, sem discernimento para seguir orientações.
❌ Qualquer situação que envolva risco iminente para o paciente ou para terceiros.
Nesses casos, é essencial que o psicólogo oriente e encaminhe o paciente para serviços de emergência, como hospitais psiquiátricos, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou unidades de pronto atendimento.
Importância da Rede de Suporte e Encaminhamento para Psiquiatras e Serviços Especializados
O Plantão Psicológico não deve atuar de forma isolada. Para garantir um atendimento eficaz, é fundamental que haja uma rede de suporte bem estruturada, incluindo:
✔ Psiquiatras e profissionais da saúde mental, para acompanhamento medicamentoso e terapêutico prolongado.
✔ CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), que oferecem atendimento contínuo para transtornos graves.
✔ Hospitais psiquiátricos e emergências psiquiátricas, para casos de surtos ou risco suicida iminente.
✔ Familiares e rede de apoio do paciente, sempre que for necessário envolvê-los no cuidado.
O psicólogo no Plantão Psicológico deve ter conhecimento sobre os serviços disponíveis na região para fornecer encaminhamentos adequados e garantir que o paciente receba o suporte necessário após o atendimento emergencial.
O Plantão Psicológico é uma ferramenta essencial para o acolhimento de crises emocionais, mas tem seus limites e diretrizes específicas. Enquanto ele pode atuar na estabilização e orientação do paciente, situações mais graves exigem encaminhamento para psiquiatras e serviços de emergência.
Dessa forma, o psicólogo que atua no Plantão deve estar preparado para avaliar o nível de gravidade da crise, oferecer acolhimento adequado e direcionar o paciente para os recursos apropriados. O trabalho integrado com uma rede de suporte eficiente é essencial para garantir que pessoas em sofrimento psíquico recebam o cuidado necessário para sua recuperação.
3. Esquizofrenia e Surtos Psicóticos no Plantão Psicológico
O Plantão Psicológico tem um papel crucial no acolhimento de pessoas que apresentam surtos psicóticos e crises relacionadas à esquizofrenia. Esses episódios podem gerar grande sofrimento para o paciente e para seus familiares, além de colocá-los em situações de vulnerabilidade. O psicólogo que atua no plantão precisa estar preparado para identificar sinais de alerta, oferecer acolhimento e, quando necessário, encaminhar o paciente para atendimento psiquiátrico de urgência.
O que são a Esquizofrenia e os Surtos Psicóticos: Principais Sintomas e Sinais de Alerta
A esquizofrenia é um transtorno mental grave caracterizado por alterações no pensamento, na percepção da realidade, na emoção e no comportamento. Pessoas com esquizofrenia podem apresentar episódios psicóticos, nos quais perdem o contato com a realidade.
Já o surto psicótico pode ocorrer em diversos contextos, incluindo transtornos psiquiátricos (como esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo), consumo de substâncias psicoativas e quadros extremos de estresse.
📌 Principais sintomas de um surto psicótico:
✔ Delírios – Crenças irreais e inflexíveis, como a convicção de estar sendo perseguido ou possuir poderes especiais.
✔ Alucinações – Experiência sensorial sem base real, como ouvir vozes ou ver coisas que não existem.
✔ Comportamento desorganizado – Dificuldade em se comunicar de forma coerente, falas desconexas e agitação psicomotora.
✔ Emoções inadequadas – Reações emocionais exageradas ou ausência de expressão emocional.
✔ Desconfiança extrema e isolamento social – Medo intenso de pessoas ao redor e comportamento defensivo.
O psicólogo deve estar atento a esses sinais para determinar qual abordagem utilizar no atendimento e se há necessidade de encaminhamento para um serviço de emergência psiquiátrica.
Como Agir Diante de um Paciente em Episódio Psicótico
O manejo de um paciente em surto psicótico deve ser feito com cautela e empatia. O primeiro passo é garantir um ambiente seguro, minimizando estímulos que possam aumentar a desorientação do paciente.
🚨 Passos para conduzir o atendimento:
✔ Mantenha a calma e fale com voz tranquila – O paciente pode estar assustado e reagir negativamente a tom de voz agressivo ou confrontador.
✔ Evite contradições diretas – Se o paciente apresentar delírios, não tente convencê-lo de que sua crença é falsa; isso pode aumentar a resistência e a desconfiança.
✔ Seja objetivo e claro – Faça perguntas simples e diretas, evitando discussões longas ou complexas.
✔ Demonstre presença e acolhimento – Transmita segurança e ofereça suporte emocional, mostrando que ele não está sozinho.
✔ Evite contato físico não autorizado – Se o paciente estiver agitado, não tente segurá-lo ou restringi-lo sem necessidade, pois isso pode aumentar sua agressividade.
Caso o paciente esteja em um ambiente público ou sem apoio familiar, o psicólogo deve avaliar a necessidade de acionar uma rede de suporte para garantir sua segurança.
Estratégias de Acolhimento e Contenção Emocional sem Uso de Técnicas Invasivas
O objetivo do atendimento no Plantão Psicológico é reduzir o nível de angústia do paciente e ajudá-lo a recuperar um mínimo de estabilidade emocional. Algumas estratégias eficazes incluem:
✔ Técnicas de grounding (ancoragem na realidade) – Perguntar ao paciente onde ele está, qual a data e com quem está falando, para ajudá-lo a se orientar no tempo e espaço.
✔ Redução de estímulos – Se possível, levar o paciente para um ambiente silencioso e com pouca movimentação.
✔ Validação emocional – Demonstrar compreensão e empatia, sem reforçar delírios ou alucinações.
✔ Orientação sobre passos futuros – Se o paciente estiver receptivo, explicar o que pode ser feito para ajudá-lo (por exemplo, buscar apoio psiquiátrico ou entrar em contato com familiares).
A contenção física não deve ser realizada pelo psicólogo, exceto em situações de risco extremo, e sempre com suporte de uma equipe especializada.

Quando o Paciente Precisa Ser Encaminhado para Atendimento Psiquiátrico de Urgência
Nem todos os casos de surto psicótico exigem internação, mas há situações em que o paciente precisa ser encaminhado imediatamente para um serviço psiquiátrico.
🚨 Encaminhamento urgente é necessário quando:
❌ O paciente apresenta risco para si ou para terceiros, como comportamento agressivo ou ideias suicidas.
❌ Há sinais de grave desorientação, impossibilitando o paciente de cuidar de si mesmo.
❌ O surto ocorre em consequência do uso de substâncias psicoativas, tornando a avaliação mais complexa.
❌ A crise não pode ser controlada apenas com suporte psicológico e o paciente precisa de intervenção medicamentosa.
Nesses casos, o psicólogo deve entrar em contato com familiares, SAMU (192), CAPS ou hospitais psiquiátricos para garantir que o paciente receba atendimento adequado. Se o paciente recusar ajuda, pode ser necessário acionar uma equipe médica especializada para avaliação compulsória, conforme prevê a legislação de saúde mental.
O Plantão Psicológico desempenha um papel fundamental no acolhimento de pessoas que enfrentam surtos psicóticos ou crises relacionadas à esquizofrenia. O psicólogo deve atuar com empatia, calma e técnicas de estabilização emocional, sempre respeitando os limites do atendimento e encaminhando o paciente para serviços especializados quando necessário.
Além de oferecer um espaço de escuta e acolhimento, o plantão pode ser o primeiro passo para que o paciente receba o tratamento adequado, garantindo sua segurança e bem-estar. O trabalho integrado com psiquiatras, familiares e redes de saúde mental é essencial para proporcionar um atendimento eficaz e humanizado.
4. Transtorno Borderline e Crises Emocionais Intensas
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma condição psicológica caracterizada por intensa instabilidade emocional, impulsividade e dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Pessoas com esse transtorno frequentemente vivenciam crises emocionais intensas, que podem envolver explosões de raiva, automutilação, ideação suicida e sentimentos profundos de vazio.
No contexto do Plantão Psicológico, os atendimentos a pacientes borderline representam um grande desafio, pois essas crises podem ser recorrentes e extremas, exigindo do psicólogo uma abordagem acolhedora e, ao mesmo tempo, estratégias para evitar a dependência do atendimento emergencial. O papel do profissional é oferecer suporte emocional imediato, ajudar na regulação da crise e encaminhar para um acompanhamento contínuo quando necessário.
Características do Transtorno de Personalidade Borderline e Seus Desafios no Plantão Psicológico
O TPB afeta a forma como a pessoa percebe a si mesma, os outros e o mundo, levando a reações emocionais intensas e, muitas vezes, desproporcionais. As principais características incluem:
✔ Instabilidade emocional – Oscilações rápidas de humor, passando de momentos de euforia para tristeza ou raiva intensa.
✔ Medo extremo do abandono – Mesmo situações comuns podem ser percebidas como sinais de rejeição, levando a reações impulsivas.
✔ Impulsividade e comportamento autodestrutivo – Abuso de substâncias, gastos excessivos, compulsões e comportamento de risco.
✔ Automutilação e ideação suicida – Muitos pacientes borderline utilizam a autolesão como uma tentativa de aliviar o sofrimento emocional intenso.
✔ Dificuldades nos relacionamentos – Tendência a idealizar ou desvalorizar rapidamente as pessoas, alternando entre amor e ódio.
Esses aspectos tornam o atendimento no Plantão Psicológico desafiador, pois a crise pode ser extrema e o paciente pode ter dificuldade em aceitar orientações ou encontrar alívio imediato.
Como Manejar Descontrole Emocional, Automutilação e Impulsividade em Pacientes Borderline
Quando um paciente borderline busca atendimento no Plantão Psicológico, ele pode estar em meio a uma crise intensa, se sentindo desesperado, rejeitado ou sem controle sobre suas emoções.
🚨 Passos para conduzir o atendimento:
✔ Criação de um ambiente seguro – O paciente precisa sentir que pode expressar suas emoções sem medo de julgamento.
✔ Escuta ativa e acolhimento – Demonstrar empatia e permitir que o paciente fale sobre sua dor pode ajudar a reduzir sua angústia.
✔ Identificação do gatilho da crise – Perguntar o que aconteceu antes da crise pode ajudar a direcionar a conversa e encontrar estratégias para estabilização.
✔ Evitar julgamentos ou minimizações – Frases como “Isso é exagero” ou “Você precisa se acalmar” podem aumentar a frustração do paciente.
✔ Avaliação da segurança – Identificar se há risco imediato de suicídio ou automutilação grave e, se necessário, encaminhar para atendimento psiquiátrico de urgência.
Se houver sinais de que o paciente está se automutilando ou considerando suicídio, o psicólogo deve avaliar a gravidade do caso e, se necessário, acionar a rede de apoio, como familiares ou serviços de emergência.
Importância da Validação Emocional e da Escuta Ativa no Momento da Crise
A validação emocional é uma das estratégias mais eficazes no atendimento a pessoas com TPB, pois essas crises muitas vezes estão ligadas à sensação de não serem compreendidas ou aceitas.
📌 O que é validação emocional?
- Reconhecer os sentimentos do paciente sem tentar modificá-los imediatamente.
- Demonstrar empatia e reforçar que seu sofrimento é legítimo.
- Não desvalorizar a dor do paciente, mas também não reforçar comportamentos destrutivos.
✔ Exemplo de frases validadoras:
- “Eu vejo que isso está sendo muito difícil para você.”
- “Eu entendo que esse sentimento é intenso e que você pode estar se sentindo sobrecarregado.”
- “Você não está sozinho. Vamos pensar juntos em como aliviar essa dor de uma forma segura.”
Ao validar as emoções do paciente, o psicólogo cria um espaço seguro, onde ele pode se expressar sem medo de julgamento, reduzindo a intensidade da crise e facilitando a busca por soluções.
Estratégias para Evitar a Cronificação da Busca por Atendimento Emergencial
Muitos pacientes borderline podem recorrer ao Plantão Psicológico de forma recorrente, usando o serviço como uma tentativa de estabilizar crises que deveriam ser trabalhadas em um acompanhamento contínuo. Embora o acolhimento seja essencial, é importante que o psicólogo ajude o paciente a desenvolver estratégias para lidar com suas crises sem depender exclusivamente do plantão.
✔ Orientação sobre a importância do acompanhamento contínuo – Explicar ao paciente que a psicoterapia regular pode ajudá-lo a desenvolver habilidades para lidar melhor com suas emoções.
✔ Ensino de técnicas de regulação emocional – Técnicas como grounding, respiração controlada e escrita terapêutica podem ajudá-lo a reduzir a intensidade da crise sem precisar recorrer ao plantão com frequência.
✔ Sugestão de redes de apoio – Indicar grupos de apoio, CAPS e programas especializados para ajudar no tratamento do TPB.
✔ Ajuda na criação de um plano de enfrentamento para crises – Estimular o paciente a criar um “plano de emergência” com estratégias para lidar com seus momentos de maior sofrimento.
Caso o paciente demonstre dependência excessiva do Plantão Psicológico, pode ser necessário estabelecer limites claros, garantindo que o serviço continue sendo uma ferramenta de acolhimento, e não uma substituição inadequada da psicoterapia convencional.
O Transtorno de Personalidade Borderline representa um grande desafio no Plantão Psicológico, pois os pacientes podem apresentar crises emocionais intensas, impulsividade, automutilação e ideação suicida. O psicólogo deve atuar com empatia e validação emocional, ajudando o paciente a reduzir sua angústia e a recuperar um mínimo de estabilidade.
Além do acolhimento imediato, é fundamental que o profissional oriente sobre a importância do acompanhamento contínuo e ensine estratégias que permitam ao paciente lidar com suas crises de forma mais autônoma. Dessa forma, o plantão pode cumprir seu papel de suporte emergencial sem se tornar um recurso de dependência para pacientes que precisam de um tratamento estruturado a longo prazo.
5. Descompensação Emocional e Crises de Ansiedade e Depressão
No contexto do Plantão Psicológico, é comum que os atendimentos envolvam pacientes em descompensação emocional, caracterizada por um descontrole intenso das emoções, tornando o indivíduo incapaz de lidar com a situação que está vivenciando. Esse estado pode ser desencadeado por fatores como estresse extremo, transtornos psiquiátricos, traumas, luto, exaustão emocional ou desregulação emocional prolongada.
Pacientes em crise podem apresentar sintomas como choro incontrolável, desespero, ideação suicida, desmotivação extrema, ataques de pânico, inquietação e sensação de perda de controle sobre si mesmo. O psicólogo que atua no Plantão Psicológico deve estar preparado para identificar a gravidade da crise, oferecer acolhimento imediato e, quando necessário, encaminhar o paciente para suporte especializado.
O Que Caracteriza uma Descompensação Emocional e Seus Impactos no Comportamento do Paciente
A descompensação emocional ocorre quando o paciente perde a capacidade de regular suas emoções de forma saudável, entrando em um estado de sofrimento psíquico intenso. Esse quadro pode afetar suas relações interpessoais, sua capacidade de tomar decisões e seu funcionamento diário.
📌 Sinais comuns de descompensação emocional:
✔ Choro incontrolável e sensação de desamparo.
✔ Pensamentos acelerados e dificuldade em organizar ideias.
✔ Sensação de falta de sentido na vida e desmotivação extrema.
✔ Isolamento social ou comportamento impulsivo.
✔ Falta de energia e exaustão mental intensa.
✔ Risco de automutilação ou ideação suicida.
A descompensação pode ser passageira, ligada a um evento estressante recente, ou um indicativo de um transtorno emocional subjacente, como ansiedade generalizada, depressão maior ou transtorno bipolar.
Diferença entre Crise de Ansiedade Aguda, Crise Depressiva e Surto Psicótico no Plantão
No atendimento de emergências psicológicas, é essencial diferenciar os quadros clínicos para escolher a melhor abordagem.
✔ Crise de Ansiedade Aguda:
- Sensação de medo intenso e iminente (mesmo sem ameaça real).
- Taquicardia, falta de ar, tremores e tontura.
- Pensamentos acelerados e sensação de descontrole.
- Geralmente, é passageira e pode ser estabilizada com técnicas de respiração e grounding.
✔ Crise Depressiva:
- Sentimentos intensos de desesperança e desamparo.
- Falta de energia e apatia profunda.
- Pensamentos suicidas ou sensação de que “nada mais vale a pena”.
- Pode exigir encaminhamento para acompanhamento psiquiátrico e redes de apoio.
✔ Surto Psicótico:
- Perda do contato com a realidade (delírios e alucinações).
- Comportamento desorganizado e desorientação temporal/espacial.
- Pode envolver agitação intensa ou apatia extrema.
- Geralmente, requer intervenção médica e possível internação psiquiátrica.
Identificar se o paciente pode ser estabilizado no plantão ou se necessita de encaminhamento emergencial é uma das funções mais importantes do psicólogo nesses atendimentos.
Estratégias de Estabilização Emocional: Técnicas de Grounding, Respiração e Regulação Emocional
Em crises de ansiedade e descompensação emocional, o Plantão Psicológico deve focar na estabilização do paciente, ajudando-o a recuperar o controle emocional. Algumas estratégias eficazes incluem:
✔ Técnica de Grounding (Ancoragem na Realidade)
- Ajuda o paciente a se conectar ao presente e reduzir a sensação de descontrole.
- Exemplo: Pedir ao paciente para descrever 5 coisas que vê, 4 que pode tocar, 3 que pode ouvir, 2 que pode cheirar e 1 que pode sentir.
✔ Técnicas de Respiração Controlada
- Reduz os sintomas físicos da crise de ansiedade (taquicardia, tontura, sensação de sufocamento).
- Exemplo: Respiração 4-7-8 (inspirar por 4 segundos, segurar o ar por 7 segundos e expirar lentamente por 8 segundos).
✔ Reestruturação Cognitiva (Mudança de Pensamento)
- Encoraja o paciente a reformular pensamentos catastróficos e irracionais.
- Exemplo: Identificar um pensamento negativo (“Eu não consigo lidar com isso”) e reformulá-lo para um mais realista e adaptativo (“Esse momento é difícil, mas eu já enfrentei desafios antes e consegui superar”).
✔ Validação Emocional e Escuta Ativa
- Demonstrar empatia e normalizar a experiência do paciente, reforçando que ele não está sozinho e que há saídas para sua dor.
Essas técnicas podem ajudar o paciente a reduzir a intensidade da crise e recuperar o senso de controle sobre suas emoções.
Quando a Internação Psiquiátrica ou Encaminhamento para Emergência é Necessária?
Embora o Plantão Psicológico possa ser suficiente para estabilizar muitos pacientes, em alguns casos, é imprescindível encaminhá-los para um atendimento mais especializado.
🚨 Critérios para encaminhamento imediato:
❌ Paciente apresenta risco de suicídio iminente, com plano concreto e acesso aos meios.
❌ Sintomas depressivos graves com incapacidade de funcionamento básico (não se alimentar, não sair da cama, não conseguir tomar decisões simples).
❌ Crise de ansiedade extrema que não pode ser reduzida com técnicas de estabilização.
❌ Episódios de dissociação severa, onde o paciente perde a percepção de si mesmo e do ambiente.
❌ Paciente com sinais de surto psicótico ou alucinações prejudicando sua segurança.
Nesses casos, o psicólogo deve:
✔ Acionar familiares ou rede de suporte.
✔ Indicar hospitais psiquiátricos ou serviços como CAPS para avaliação médica.
✔ Se necessário, acionar SAMU (192) para remoção segura do paciente.
O Plantão Psicológico é uma ferramenta essencial no acolhimento de pacientes com descompensação emocional, crises de ansiedade e depressão. O psicólogo deve atuar com empatia, escuta ativa e técnicas de estabilização, ajudando o paciente a recuperar o controle de suas emoções.
No entanto, é essencial diferenciar os casos que podem ser manejados no plantão daqueles que exigem encaminhamento imediato para atendimento psiquiátrico. Garantir a segurança do paciente e oferecer suporte adequado pode salvar vidas e proporcionar o encaminhamento correto para um tratamento contínuo.

6. Suicídio: Avaliação, Acolhimento e Encaminhamento no Plantão Psicológico
O suicídio é um tema complexo e delicado que exige do psicólogo uma abordagem cuidadosa, principalmente no contexto do Plantão Psicológico, onde o atendimento é emergencial e o profissional tem pouco tempo para avaliar a gravidade da situação e agir de forma assertiva. O principal objetivo do psicólogo nesses casos é oferecer acolhimento, reduzir o risco imediato e garantir que o paciente receba suporte contínuo.
Pacientes em sofrimento extremo podem verbalizar pensamentos suicidas de forma explícita ou dar sinais sutis de desesperança e desejo de desistir da vida. Por isso, o psicólogo deve estar atento para identificar ideação suicida, avaliar o risco e adotar as estratégias adequadas para cada situação.
Como Identificar Ideação Suicida, Plano de Suicídio e Risco Iminente
O suicídio não acontece de forma repentina. Na maioria dos casos, o paciente passa por um processo interno progressivo, que pode incluir pensamentos suicidas difusos, planejamento e, em alguns casos, tentativas de suicídio.
📌 Sinais de alerta para risco de suicídio:
✔ Verbalização de desespero e desesperança (“Não vejo mais sentido em nada”, “Eu queria sumir”).
✔ Afastamento de amigos e familiares e isolamento social repentino.
✔ Mudanças drásticas de humor, indo da tristeza profunda a momentos de aparente tranquilidade (indicando que a decisão de suicídio pode estar tomada).
✔ Busca por meios para cometer suicídio, como pesquisas na internet ou aquisição de objetos potencialmente letais.
✔ Organização de despedidas, como escrever cartas, dar pertences pessoais ou resolver pendências.
✔ Tentativas prévias de suicídio, pois quem já tentou uma vez está em maior risco de repetir o ato.
📌 Classificação do risco suicida no Plantão Psicológico:
✔ Ideação suicida leve – O paciente expressa sofrimento intenso e pensamentos de morte, mas sem um plano definido.
✔ Risco moderado – O paciente fala sobre formas de suicídio, tem intenções claras, mas sem meios imediatos disponíveis.
✔ Risco alto – O paciente já tem um plano detalhado e acesso ao meio de realização (medicações, objetos cortantes, locais específicos).
✔ Risco iminente – Há intenção clara, planejamento detalhado e possibilidade de tentativa imediata.
Essa avaliação determina a urgência do atendimento e a necessidade de encaminhamento para serviços de emergência.
Estratégias de Acolhimento no Plantão: Como Conduzir a Conversa sem Julgamento e sem Reforçar Sentimentos Negativos
A forma como o psicólogo conduz a conversa com um paciente em risco suicida pode influenciar sua decisão de buscar ajuda ou de seguir com o plano de suicídio. O acolhimento precisa ser humanizado, sem julgamentos e sem minimizar o sofrimento da pessoa.
🚨 O que fazer no atendimento:
✔ Criar um ambiente seguro e acolhedor, demonstrando empatia e disponibilidade para escutar.
✔ Validar os sentimentos do paciente, reforçando que seu sofrimento é legítimo e que há formas de aliviar essa dor.
✔ Explorar os pensamentos suicidas sem tabu, perguntando diretamente: “Você tem pensado em tirar a própria vida?”
✔ Evitar frases que minimizam a dor (“Isso vai passar”, “Outras pessoas têm problemas piores”).
✔ Perguntar sobre o plano de suicídio, investigando a existência de um meio acessível e a intenção de agir imediatamente.
✔ Incentivar a busca por apoio, reforçando a importância da rede de suporte emocional.
🚨 O que não fazer:
❌ Ignorar ou evitar falar sobre o suicídio por medo de “dar ideias”.
❌ Repreender o paciente ou dizer que ele “só quer chamar atenção”.
❌ Demonstrar choque ou desconforto, o que pode fazer o paciente se sentir ainda mais incompreendido.
❌ Fazer promessas que não podem ser cumpridas (“Eu garanto que tudo vai melhorar amanhã”).
A escuta ativa e a validação emocional podem ajudar o paciente a enxergar alternativas para além do suicídio e abrir espaço para um encaminhamento adequado.
O Que Fazer Diante de um Paciente em Risco Real de Suicídio
Quando o paciente apresenta risco moderado ou alto, o psicólogo precisa adotar medidas imediatas para protegê-lo.
📌 Encaminhamentos possíveis no Plantão Psicológico:
✔ Risco leve a moderado:
- Encorajar o paciente a buscar apoio contínuo com um psicólogo ou psiquiatra.
- Orientá-lo a conversar com amigos ou familiares próximos sobre seus sentimentos.
- Fornecer contatos de serviços especializados, como CVV (188), CAPS e hospitais psiquiátricos.
✔ Risco alto ou iminente:
- Acionar familiares ou rede de apoio imediatamente para que acompanhem o paciente.
- Encaminhar para atendimento psiquiátrico de urgência, sugerindo busca por pronto-atendimento em hospitais.
- Se o paciente se recusar a procurar ajuda, o psicólogo pode acionar serviços de emergência, como SAMU (192) ou Polícia Militar (190), quando houver risco iminente de suicídio.
A prioridade sempre deve ser preservar a vida, mesmo que isso signifique quebrar o sigilo profissional (o que será abordado a seguir).
Aspectos Éticos e Responsabilidades do Psicólogo em Relação ao Sigilo e à Segurança do Paciente
O sigilo profissional é um dos princípios fundamentais da Psicologia, mas pode ser quebrado em situações de risco de vida. O Código de Ética do Psicólogo permite que o profissional revele informações do paciente quando:
✔ Houver risco iminente de suicídio ou de dano grave a terceiros.
✔ For necessário comunicar familiares ou autoridades para preservar a vida do paciente.
📌 Como agir eticamente em situações de risco?
- Se possível, envolver o paciente no encaminhamento, explicando a necessidade de buscar apoio.
- Informar ao paciente que sua segurança é a prioridade e que será necessário acionar ajuda externa.
- Caso o paciente esteja em risco iminente e se recuse a receber ajuda, o profissional pode entrar em contato com serviços de emergência sem seu consentimento.
O objetivo é garantir a segurança do paciente, respeitando ao máximo sua autonomia, mas sem negligenciar a necessidade de intervenção em situações de perigo.
A Importância da Prevenção do Suicídio e do Suporte Contínuo para Pacientes Vulneráveis
O suicídio é um problema de saúde pública e pode ser prevenido quando há suporte emocional adequado e acesso a tratamento psicológico e psiquiátrico. O papel do psicólogo no Plantão Psicológico é essencial não apenas para intervir nas crises, mas também para incentivar o paciente a buscar tratamento contínuo e estratégias de enfrentamento para lidar com sua dor emocional de forma saudável.
📌 Medidas de prevenção do suicídio:
✔ Educação sobre saúde mental e combate ao estigma do suicídio.
✔ Fortalecimento de redes de apoio (familiares, amigos, grupos de suporte).
✔ Acompanhamento psicológico e psiquiátrico para pacientes em risco.
✔ Divulgação de canais de ajuda, como o CVV (188), disponível 24h.
O Plantão Psicológico é um espaço fundamental para acolher pacientes com ideação suicida, ajudando-os a encontrar alternativas para sua dor e garantindo que recebam o suporte adequado. O psicólogo deve atuar com escuta ativa, empatia e estratégias de acolhimento, sempre priorizando a segurança e o encaminhamento adequado para serviços especializados.
A prevenção do suicídio depende do esforço coletivo de profissionais da saúde, redes de apoio e políticas públicas, garantindo que pessoas em sofrimento tenham acesso à ajuda que precisam para seguir em frente. 💙
7. Cuidados Éticos e Profissionais no Atendimento de Crise
O Plantão Psicológico é uma modalidade de atendimento que exige do profissional preparo técnico, sensibilidade e responsabilidade ética, principalmente ao lidar com crises emocionais severas, risco de suicídio, surtos psicóticos e descompensações emocionais intensas.
O psicólogo deve agir de forma acolhedora, garantindo o sigilo profissional, a segurança do paciente e o encaminhamento adequado quando necessário.
Além disso, é essencial que o profissional cuide de sua própria saúde mental, uma vez que o contato constante com sofrimento intenso pode levar à fadiga emocional e ao esgotamento psicológico.
O Compromisso do Psicólogo com o Sigilo e a Segurança do Paciente
O sigilo profissional é um dos princípios fundamentais da Psicologia e garante que o paciente se sinta seguro para se expressar sem medo de exposição. No entanto, esse sigilo não é absoluto e pode ser quebrado em situações de risco iminente de vida, conforme previsto no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
📌 Quando o sigilo deve ser mantido?
✔ Em atendimentos em que o paciente não apresenta risco à sua vida ou à de terceiros.
✔ Quando as informações compartilhadas não envolvem situações de grave violação de direitos.
📌 Quando o sigilo pode ser quebrado?
🚨 Risco iminente de suicídio ou automutilação severa.
🚨 Risco de violência contra terceiros.
🚨 Necessidade de acionamento de suporte médico para estabilização do paciente.
Nesses casos, o psicólogo deve agir com transparência, explicando ao paciente que sua segurança está em primeiro lugar e que será necessário buscar suporte externo.
Quando Acionar Familiares e Equipes Médicas para Garantir o Suporte Adequado
Em muitos casos, o paciente pode precisar de um suporte mais amplo do que o oferecido pelo Plantão Psicológico. Isso significa que o profissional pode precisar acessar a rede de apoio do paciente para garantir sua segurança e continuidade do cuidado.
📌 Critérios para acionar familiares ou responsáveis:
✔ O paciente se encontra em estado de grande vulnerabilidade emocional e não pode ficar sozinho.
✔ Há sinais de risco de suicídio, e o envolvimento da família pode ajudar na proteção.
✔ O paciente precisa ser encaminhado para atendimento psiquiátrico de urgência, e é necessário um responsável para acompanhá-lo.
📌 Critérios para acionar serviços médicos ou psiquiátricos:
🚨 Paciente em surto psicótico grave, sem percepção da realidade e com risco de agressividade.
🚨 Tentativa de suicídio em andamento ou planejamento iminente.
🚨 Estado de desorganização mental severa, comprometendo sua capacidade de tomar decisões seguras.
Se o paciente se recusar a aceitar ajuda e houver risco iminente, o psicólogo pode acionar SAMU (192), Polícia Militar (190) ou o serviço de emergência psiquiátrica mais próximo, garantindo que o paciente receba atendimento especializado.
O Papel do Psicólogo no Encaminhamento para Redes de Apoio
O Plantão Psicológico não substitui tratamentos prolongados, como a psicoterapia convencional ou o acompanhamento psiquiátrico. Por isso, uma das funções do psicólogo no plantão é orientar e encaminhar o paciente para redes de suporte adequadas ao seu quadro clínico.
📌 Principais redes de apoio para encaminhamento:
✔ CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) – Atendimento contínuo para pacientes com transtornos mentais graves, incluindo suporte psiquiátrico e psicológico.
✔ UPAs e Hospitais Psiquiátricos – Atendimento emergencial para crises psiquiátricas, surtos psicóticos e risco iminente de suicídio.
✔ CVV (Centro de Valorização da Vida – 188) – Serviço gratuito de apoio emocional, disponível 24h.
✔ Grupos de apoio e ONGs de saúde mental – Organizações que oferecem suporte psicológico para depressão, ansiedade, luto e transtornos emocionais.
Encaminhar o paciente para um acompanhamento contínuo aumenta as chances de recuperação e reduz a reincidência de crises, proporcionando um suporte mais eficaz e duradouro.
A Importância do Autocuidado do Psicólogo que Lida com Atendimentos de Alta Complexidade
Atender pacientes em crise emocional intensa, risco de suicídio ou surtos psicóticos pode ser emocionalmente desgastante para o profissional. O contato constante com sofrimento psíquico pode levar à fadiga emocional, exaustão psicológica e até ao esgotamento profissional (burnout).
📌 Dicas para o autocuidado do psicólogo:
✔ Supervisão clínica – Trocar experiências com colegas e receber orientações para lidar com casos complexos.
✔ Autoconhecimento e reflexão – Identificar sinais de sobrecarga emocional e buscar suporte quando necessário.
✔ Práticas de bem-estar – Exercícios físicos, meditação, hobbies e outras atividades que promovam relaxamento.
✔ Definição de limites – Não assumir responsabilidade excessiva pelos pacientes e entender os limites da atuação profissional.
Um psicólogo que não cuida da própria saúde mental pode ter sua capacidade de acolhimento prejudicada, o que impacta diretamente na qualidade do atendimento prestado. Cuidar de si mesmo é fundamental para continuar ajudando os outros de maneira eficaz e ética.
O Plantão Psicológico é um espaço de acolhimento e suporte imediato para pacientes em sofrimento psíquico severo. No entanto, sua eficácia depende da atuação ética e profissional do psicólogo, que deve garantir sigilo e segurança, além de saber quando encaminhar o paciente para redes de apoio e serviços médicos especializados.
Além disso, o profissional precisa estar atento ao seu próprio bem-estar, praticando o autocuidado para evitar sobrecarga emocional e burnout.
A Psicologia é uma profissão baseada na empatia e no acolhimento, mas para oferecer suporte de qualidade, o psicólogo também precisa se fortalecer emocionalmente.
8. Conclusão
O Plantão Psicológico se configura como um serviço essencial diante de quadros como esquizofrenia, surtos psicóticos, transtorno de personalidade borderline, descompensação emocional e crises suicidas, a atuação do psicólogo pode ser determinante para estabilizar o paciente e evitar consequências mais graves.
O grande diferencial do Plantão Psicológico está em sua capacidade de oferecer acolhimento imediato, escuta ativa e estratégias de estabilização emocional para indivíduos que, muitas vezes, não teriam outro suporte disponível no momento de crise. No entanto, o plantão não substitui tratamentos contínuos, e o encaminhamento para serviços de saúde mental especializados, como CAPS, hospitais psiquiátricos e acompanhamento psicoterapêutico e psiquiátrico, é fundamental para garantir a continuidade do cuidado.
A atuação do psicólogo nesse contexto apresenta desafios significativos, pois ele precisa lidar com situações de alto risco, tomar decisões rápidas e, ao mesmo tempo, agir com empatia, ética e profissionalismo. O manejo de crises em transtornos graves exige preparo técnico e emocional, além da capacidade de identificar quando o atendimento emergencial é suficiente e quando há necessidade de encaminhamento para redes de apoio e serviços médicos.
Diante desse cenário, é fundamental que os profissionais que atuam no Plantão Psicológico invistam continuamente em aprimoramento profissional, buscando capacitação sobre o manejo de crises, prevenção ao suicídio e intervenções em transtornos psiquiátricos severos. Além disso, a integração com outros serviços de saúde mental é essencial para garantir um suporte mais amplo e eficaz aos pacientes, promovendo um atendimento seguro e humanizado.
Por fim, reforça-se a importância do autocuidado do psicólogo, pois lidar com sofrimento intenso e casos de risco pode gerar sobrecarga emocional e desgaste psicológico. A prática da supervisão, a troca de experiências com colegas e o estabelecimento de limites saudáveis são estratégias fundamentais para que o profissional continue oferecendo um trabalho de qualidade sem comprometer sua própria saúde mental.
O Plantão Psicológico é um espaço de acolhimento e transformação, onde o psicólogo pode ser um agente fundamental na prevenção de tragédias e na promoção da dignidade e do bem-estar emocional. Investir na capacitação e no fortalecimento dessa modalidade de atendimento é um compromisso com a valorização da vida e com a construção de uma sociedade mais acolhedora e consciente sobre a importância da saúde mental.